Escritora nascida no Chile, naturalizada brasileira. Presidente da Associação Literária Letras no Jardim.
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024
Sabe que dia é hoje?
Vocês já perceberam como o tempo passa rápido e vamos nos esquecendo de tudo, envoltos em nossas atividades e problemas que insistimos levar em nossa bagagem da vida diária?
Nos tornamos robôs perante o mundo. Não sabemos quem somos. O dia inteiro correndo em constante frenesi. Tarefas impostas por nós mesmos. Horários a serem cumpridos, almoços digeridos às pressas, lazer com tempo limitado e dormir a vontade só no domingo quando dá porque às vezes chegam visitas e nos esquecemos novamente de nós mesmos.
Então que dia é hoje? Vivemos automaticamente e tão rapidamente que não percebemos com que ligeireza os dias avançam. Somente nos damos conta quando vemos uma nova marca de expressão a se refletir no espelho.
Que idade eu tenho? Pois é.
terça-feira, 2 de março de 2021
Fast food
Apresento a minha crônica que participou do Primeiro Concurso de Crônicas da Academia Internacional da União Cultural alcançando a Menção Especial na categoria Acadêmicos Efetivos.
Fast food
Depois de ter passado uma manhã interessante com amigos e crianças no centro da cidade, decidimos todos ir “almoçar” no MacDonalds. Bom. Na verdade, fui voto vencido. Eles queriam coisa rápida, um lanchinho e eu, preferia um prato com arroz, feijão, farofa e uma cervejinha. Nada contra o capitalismo e tudo que envolve a política de consumismo que os locais de “fast food” envolvem. Ao chegarmos no local constatamos a fila enorme e o local cheio. Não havia opções de pratos de comida. Para meu desalento, só via caixinhas quadradas sendo entregues para o consumidor. Quanto maior o nome do prato, menor era a caixinha. Eu estava com fome. Na minha vez, pedi um mega sanduíche com carne e saladas, maionese e cebola, uma mega porção de batatas fritas e uma mega coca-cola. Meus colegas, uma minúscula panqueca que parecia gostosa e que devoraram enquanto eu tentava dar a primeira mordida do meu mega sanduíche que se desfazia entre minhas mãos. Não posso negar que o molho e a salada faziam uma bela combinação e muito gostosa ao paladar. Sei que existe muita gente com fome no mundo e que ficariam satisfeitos com aquele meu prato escolhido. Mas, posso dizer que a carne tinha gosto de papel. Após muita luta, consegui acabar com tudo, menos com a coca-cola e tive que pedir ajuda para liquidar com ela. A minha sensação de “estufamento” foi terrível quando saímos do local. A pesadez que eu tinha era a de querer chamar o “hugo” desesperadamente. Voltamos para casa de aplicativo e a cada lombada ou buraco que passávamos parecia que daria vexame e deixaria meus amigos com vergonha de mim. É incrível como o mercado de produtos de rápido consumo se proliferou enormemente e como faturam essas empresas de alimento em caixinha. Fazendo uma rápida análise, penso que o que leva essas pessoas a querer entrar nesses locais sejam mesmo as caixinhas e a praticidade de comer tudo com a mão, sem precisar de garfo e faca. Tudo é descartável, rápido e sem compromisso. Para quem gosta de salada, posso dizer que o alface e o tomate que achei no meio do molho,estavam fresquinhos. Quanto à minha "pesadez", diria que tudo ficou bem assentado depois da longa ida para casa, pela estrada da SC 401.
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