sábado, 6 de março de 2021

Neste mundo

 Emprestados

neste mundo,

de vales e mares,

vejo a vida passar,

paisagens,

pássaros,

pessoas,

abraços,

toques de amor.

Não somos de aqui.

Quando partir,

tudo seguirá 

igual.

Os pássaros a cantar

na madrugada,

no findar da tarde,

o mar a bater 

nas areias da praia.

As árvores,

a terra a girar,

e o infinito

sem parar.

O que somos?

Nada,

tudo,

para alguém.


terça-feira, 2 de março de 2021

Entranhas da alma

 O vento,

as gotas de chuva

na terra

que entram

nas entranhas d'alma.

Som a invadir

a oitava dimensão

do som

no meu cérebro.

Brisa fria

a refrescar

a estampa do ser

colado na parede

para não 

se molhar.

Fast food

 Apresento a minha crônica que participou do Primeiro Concurso de Crônicas da Academia Internacional da União Cultural alcançando a Menção Especial  na categoria Acadêmicos Efetivos.

Fast food

Depois de ter passado uma manhã interessante com amigos e crianças no centro da cidade, decidimos todos ir “almoçar” no MacDonalds. Bom. Na verdade, fui voto vencido. Eles queriam coisa rápida, um lanchinho e eu, preferia um prato com arroz, feijão, farofa e uma cervejinha. Nada contra o capitalismo e tudo que envolve a política de consumismo que os locais de “fast food” envolvem. Ao chegarmos no local constatamos a fila enorme e o local cheio. Não havia opções de pratos de comida. Para meu desalento, só via caixinhas quadradas sendo entregues para o consumidor. Quanto maior o nome do prato, menor era a caixinha. Eu estava com fome. Na minha vez, pedi um mega sanduíche com carne e saladas, maionese e cebola, uma mega porção de batatas fritas e uma mega coca-cola. Meus colegas, uma minúscula panqueca que parecia gostosa e que devoraram enquanto eu tentava dar a primeira mordida do meu mega sanduíche que se desfazia entre minhas mãos. Não posso negar que o molho e a salada faziam uma bela combinação e muito gostosa ao paladar. Sei que existe muita gente com fome no mundo e que ficariam satisfeitos com aquele meu prato escolhido. Mas, posso dizer que a carne tinha gosto de papel. Após muita luta, consegui acabar com tudo, menos com a coca-cola e tive que pedir ajuda para liquidar com ela. A minha sensação de “estufamento” foi terrível quando saímos do local. A pesadez que eu tinha era a de querer chamar o “hugo” desesperadamente. Voltamos para casa de aplicativo e a cada lombada ou buraco que passávamos parecia que daria vexame e deixaria meus amigos com vergonha de mim. É incrível como o mercado de produtos de rápido consumo se proliferou enormemente e como faturam essas empresas de alimento em caixinha. Fazendo uma rápida análise, penso que o que leva essas pessoas a querer entrar nesses locais sejam mesmo as caixinhas e a praticidade de comer tudo com a mão, sem precisar de garfo e faca. Tudo é descartável, rápido e sem compromisso. Para quem gosta de salada, posso dizer que o alface e o tomate que achei no meio do molho,estavam fresquinhos. Quanto à minha "pesadez", diria que tudo ficou bem assentado depois da longa ida para casa, pela estrada da SC 401.

A luz do teu cantar

Braços que andam pelo braço da viola. Dedos que apertam e ferem as notas soltas do teu olhar, do teu sentir. És tu amor olhar ...